
a voz da palavra
Zélia Sales é cearense de Itapajé. Já perdeu a conta de quantos anos faz que saiu de seu lugar para viver em Fortaleza. Mas é lá, ainda, que recolhe – dos bananais, das ruas, da escola onde estudou, da casa onde viveu – a maior parte dos personagens que povoam seus textos.
O primeiro contato com a ficção lhe chegou por meio das histórias de Trancoso que sua avó lhe contava. Depois vieram os livros e os infindáveis casos de amor rasgado com autores e autoras que sempre lhe serviram de amparo – sim, amparo – e inspiração. A literatura é sua religião e sua cachaça.
Sua estreia na literatura se deu com o conto O anjo em uma antologia do VI Prêmio Ideal Clube de Literatura – Prêmio Moreira Campos, em 2003. Depois de muitas participações em coletâneas, publicou dois livros solos: A cadeira de barbeiro (2015) e O desespero do sangue (2018).
Cursou Letras e fez especialização em Investigação Literária. Como escritora, sempre tentou conciliar o exercício da escrita com o trabalho como professora, como mãe e dona de casa. Carrega o notebook pelo quarto, pela cozinha, pela sala... tem sempre um fio no meio da casa, cuidado!
Talvez porque tenha publicado seus trabalhos tardiamente, considera escrever uma atitude revolucionária, como uma mulher que, depois dos cinquenta, resolvesse pular a cerca.
É colaboradora da revista Gente de ação e tem um livro inédito, Quando morrem as bonecas, que será publicado ainda este ano de 2024.